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O que importa é o conteúdo

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Dois verbos no imperativo e um anseio atual: fomentar novas ideias. Como? Nutrindo o apetite voraz de publicitários, designers e toda a sorte de trabalhadores criativos por inspiração.

Foto: Achim HeppEssa é a intenção do Update or Die – atualize ou morra, em português. O site é uma espécie de filtro de boas ideias na incessante fonte de conteúdos que é a internet.

Gustavo Giglio, sócio da plataforma, acredita que todos nós nos tornamos curadores e mídia dentro da rede. Publicitário por formação, é ele o responsável pelas áreas de marketing, novos negócios e projetos do Update or Die.  

“Acredito que, hoje, uma marca que trabalha na elaboração de histórias que acrescentem, de verdade, algo à visão de mundo das pessoas está no caminho correto”, diz.

Nesta entrevista ao Empreendedores Criativos por e-mail, ele fala sobre seu trajeto como empreendedor e sobre suas percepções acerca da influência do conteúdo na relação entre marcas e consumidores.

Empreendedores CriativosPaulo Lima, criador da Editora Trip, afirmou em entrevista ao site que o jornalismo é um meio para ele e sua equipe alcançarem um fim: a análise de comportamento humano. Suspeito que a motivação do seu trabalho criativo seja a mesma. Estou certo?

Gustavo Giglio - Não há dúvidas de que a síntese de tudo o que fazemos é uma análise do comportamento humano pelo mundo. A maior parte da minha escola é a visão que ganhei passando tanto tempo na Trip Editora (perto de pessoas tão geniais), foram 10 anos no total e, até hoje, trabalhamos juntos e trocamos muita experiência.

O principal compromisso do Update or Die é com a inspiração. E, a maneira que encontramos para fazer isso foi através de nosso prazer pelo garimpo e nossos posts diários (com visões pessoais tão ímpares). A motivação é essa: descobrir, conhecer, tentar entender, aprender e respeitar comportamentos diversos.

ECSei que a Trip faz parte da sua trajetória. Me conta um pouco da sua história. Quem é o Gustavo Giglio?

GG - É verdade, a maior parte da minha história foi escrita na Trip (e tenho muito orgulho de tudo o que a Editora representa no mercado de comunicação). Sou formado em propaganda e marketing no Mackenzie, Pós-graduado em Design e Comunicação e com MBA em marketing executive. Músico, membro do comitê Marketing Experts e da comissão julgadora da Bienal Brasileira de Design Gráfico. Desde 2005, Embaixador da Marca Irlandesa Guinness no Brasil. Fã de cultura-pop (quadrinhos, arte, cinema, música) e da ciência do marketing e hoje, sócio-diretor de comunicação e projetos especiais no UoD.

ECQuando surgiu o clique sobre a criação de uma plataforma como o Update or Die?

GG O Update or Die é uma criação do meu sócio, Wagner Brenner. Que é um cara genial, com posicionamentos muito interessante sobre o mercado todo. Depois de muitos anos chefiando áreas de criação, percebeu que faltava repertório para os clientes julgarem as campanhas, ou mesmo para as equipes embasarem os caminhos que tomaram. Em uma apresentação trouxe todas as referências utilizadas pela equipe para chegarem àquele resultado. Foi um sucesso. Todos participaram trazendo mais referências. Esses encontros se chamavam Update or Die e, de presencial, passou para o digital. Que de um blog pessoal virou um site, que virou um veículo, uma consultoria…

Nosso encontro aconteceu depois de meses como leitor e admirador. Fui convidado para escrever no UoD, colocamos de pé alguns projetos juntos, e nossa amizade, admiração e respeito mútuos acabaram em um convite para a sociedade. Cheguei há três anos para ajudar o Update or Die a crescer, montar um departamento de marketing e comercial mais atuantes, criando ações, parcerias e projetos especiais dando, assim, passos maiores com e para a empresa.

ECAlguns teóricos e pesquisadores defendem que a criatividade vem da associação de ideias e conceitos não relacionados de novas maneiras. É isso que está na gênese do UoD? Inspirar e criar repertório para gerar sinapses?

GGConcordo com essas pesquisas e defendo a ideia, mas discordo com a questão de não utilizarmos novas maneiras. Nós necessitamos buscar novas maneiras, não importando a plataforma e sim a linguagem e o conteúdo. Experimentar. Inspirar e criar repertório para gerar analogias e sopros de criatividade. Buscamos novos formatos para comercializar nossos projetos, usar nossos espaços e trabalhar em parceria com marcas e agências.

ECEsse modelo de curadoria e remixagem de conteúdos parece ser uma tendência. Você identifica quais foram os elementos que levaram a esse tipo de consumo de informação?

GG - Os melhores textos são aqueles que conseguem, de forma simples e inteligente, criar algum link com uma experiência própria ou exemplo (recente ou não).

O modelo de curadoria e remixagem de conteúdo é uma realidade há tempos. Acredito que toda essa mobilidade e facilidade deu “voz” a todos e o alcance do que fazemos transformou cada um de nós em curadores e em um tipo de “mídia”.

A busca contínua por identificação de linguagem, interesses comuns e interdependência autêntica. Aproxima consumidores de conteúdo que buscam veículos com credibilidade. Ou seja, temos todas as informações do mundo na ponta do dedo, é importante saber o que consumir, onde, como, por que e pra que.

EC – O Guilherme Valadares, do Papo de Homem, afirma que um dos pontos importantes na criação de uma comunidade é o conteúdo e, atualmente, as marcas parecem estar correndo atrás dele – veja o caso do Porta dos Fundos, dos blogs. Esse movimento é recente?

GG - O ponto mais importante para a criação, e administração, de uma comunidade é o conteúdo. O conteúdo tem que ser o mais precioso para uma marca. O movimento não é recente. Customização de conteúdo sempre aconteceu. Segmentação e criação de nichos por interesses (mesmo que os seus interesses sejam muitos). Hoje, temos a sorte de poder encontrar tudo. Então, um conteúdo em que você confia tem que prevalecer.

EC - Como a produção de conteúdo altera o relacionamento entre marca e consumidor?

GG –  Conteúdo customizado pode aproximar ao máximo o consumidor de uma marca. Possibilita que o DNA dessa marca seja dissecado por olhares de quem entende como produzir esse conteúdo para ser consumido.

Uma marca, bem posicionada, entrega a alma de sua criação e suas motivações para o seu público. Acredito que, hoje, uma marca que trabalha na elaboração de histórias que acrescentem, de verdade, algo à visão de mundo das pessoas está no caminho correto. Histórias que se espalham de forma relevante.

ECNarrativas transmídia, segunda tela, mídias sociais. Como consumidor ávido de novidades, para onde você acha que essa relação caminha?

GGAcredito que não importa a plataforma. O conteúdo tem que ser bom. A ideia tem que ser boa, ter nexo, contar uma história que nos apaixone. Pessoas que são tratadas da maneira correta, com verdades, vão consumir o conteúdo da forma que acharem mais interessante. Inteligente é quem já entendeu isso e faz questão de estar presente de diversas maneiras, em diversas plataformas, com caminhos que se complementem e com coragem, capacidade criativa e de execução para criar e testar.

Nosso desejo, ou ambição, como consumidores é possuir coisas que trarão algum benéfico para nós. Não importa o formato. Somos nós que sabemos quais as nossas motivações. As marcas que forem capazes de capturar nossas imaginações, ganham seguidores engajados. Acredito que vamos querer consumir, cada vez mais, conteúdos bons. Simples assim.

No final, informação, deve ser o nosso bem mais precioso.

 


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