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Gestão e inovação no desenvolvimento criativo

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Foto: Joe C“O negócio é sustentável quando você consegue equilíbrio entre o lucro e a paixão”, afirmou Erick Krulikowski durante um dos debates realizados no I Seminário Empreendedores Criativos.  A aproximação entre a gestão e a criatividade deu o tom das conversas que aconteceram no último sábado (6/4) no auditório da sede do banco Santander, em São Paulo. 

Coordenador do laboratório de negócios criativos, Criativar, e sócio-fundador da consultoria iSetor, Krulikowski moderou a conversa “Ferramentas de gestão e modelos de negócios inovadores”, e questionou às convidadas se a gestão não seria o “calcanhar de Aquiles” dos empreendimentos criativos. ”Quando se fala em gestão, o criativo normalmente arrepia. Pensa que isso pode tolher a criatividade”, afirmou a atriz, bailarina e fundadora da Espaçonave, Rafaela Cappai.

Mais cedo, durante o primeiro diálogo, Marcella Monteiro Barros, da Endeavor, responsável pela Semana Global do Empreendedorismo no Brasil, explicou que, apesar de pesquisas indicarem que 3 em cada 4 brasileiros desejam empreender – pelos motivos são os mais diversos, como não querer ter chefe -, pouquíssimos já foram atrás de formação na área.

A necessidade de profissionalização dos empreendedores criativos foi um dos assuntos mais comentados durante os debates. Laura Chiavone, fundadora da agência de pesquisa Limo Inc e mediadora da mesa sobre arte e inovação indagou: “Como organizar um negócio criativo de forma estruturada sem perder a inovação?”.

O bate-papo com Joana Lira pode ter rendido algumas respostas. A artista plástica pernambucana contou como consolidou sua assinatura como uma marca criativa. Desde os 14 anos ela vendia cartões ilustrados para amigos. Com 17, começou a fazer trabalhos mais sérios até ser convidada a comandar a decoração e a cenografia do carnaval, tarefa que assumiu durante 10 anos.

Segundo ela, apesar de não ter nomeado os processos, a responsabilidade que tinha sobre a entrega dos trabalhos envolviam planejamento e gestão. Durante seu discurso, a artista subverteu a ideia de que a o exercício criativo não tenha que obedecer prazos ou circunstâncias. “A criatividade precisa de um ambiente de desafio, se não você vira uma fórmula”, afirmou.

Na última palestra do dia, a economista e especialista em economia criativa, Ana Carla Fonseca Reis, ainda ressaltou: “Temos que romper com essa lógica de que criatividade e planejamento são opostos”. Ela também apontou uma característica básica dos empreendimentos criativos. “Insistir e transformar o problema na solução. Reverter a lógica”, disse, usando como exemplo o que artistas do tecnobrega. Sentindo-se à margem da indústria fonográfica, eles lançaram seus próprios discos com os recursos que disponibilizavam e puseram em circulação, criando o próprio mercado.

A criação de soluções práticas para problemas reais também esteve presente na palestra de Gustavo Caetano, CEO da SambaTech, plataforma especializada na distribuição de vídeos online. ”O que aprendi nesse tempo é que a primeira coisa que as startups fazem é focar em um nicho do mercado”, explicou.

“Ao invés de tentar fazer tudo pra todo mundo, por que eu não resolvo um problema muito bem resolvido? Por que eu não pego uma coisa que é um problema real, foco naquilo e trago a melhor solução possível?”, questionou Caetano. Ele citou ainda grandes empresas da atualidade que são soluções inovadoras e relativamente simples, como WhatsApp e o Instagram. 

“Quando você for pensar em inovação, seja uma empresa grande ou um negócio que está começando, você tem que pensar: ‘eu estou melhorando a vida de alguém com esse produto?’”, disse.

Criativar – Os mestres de cerimônia do seminário foram Piatã Stoklos Kignel, do Santander, e Leonardo Brant, do Cemec. Brant apresentou a história dos sete participantes da primeira edição do Empreendedores Criativos e Kignel explicou como será o programa neste ano – que além de laboratório envolverá produção de conteúdo em texto e vídeo, cursos e encontros periódicos.

Durante o evento foram realizados três períodos de pitching, em que os 14 pré-selecionados para o Criativas – Laboratório de Negócios Criativos apresentaram seus projetos. A pré-seleção foi bem abrangente, elencando projetos de diversas áreas criativas.

Ao final do evento foram anunciados os sete selecionados. O público escolheu o projeto Can Game, de Eraldo Martins Guerra Filho, que desenvolve um jogo que pode ajudar no tratamento do autismo.

A banca avaliadora escolheu: o Ateliê Bárbara Heliodora, de Bárbara Heliodora, que trabalha com a criação de acessórios exclusivos para noivas; o Partio, de Natalie Ferreira Assad, plataforma de crowdfunding para projetos culturais incentivados por lei; o Immub, de Luiza Carino, que faz pesquisa e registro do acervo da discografia brasileira; o Whisgo, de Mariano Camara Santos, rede social baseada na troca de experiências sobre viagens; o CineFest, de Carolina Naomi Kaizuka, plataforma de inscrição de filmes em festivais de cinema; e o Espíritos Esportivos, de Sérgio Rodrigues Ferreirinho, websérie de animação que incentiva as práticas esportivas.

Os participantes  receberão consultoria para desenvolver e ativer seus negócios criativos. Durante sete encontros, eles passarão por todas as etapas do planejamento e, por meio de uma metodologia especialmente desenhada para o programa, e construirão uma versão base de seu plano de negócios.

Além disso, serão protagonistas de uma websérie e concorrerão a uma bolsa da Babson College, concedida pelo Santander Universidades.


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